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Correspondente no Casal de S. Brás

Objectivo: ”coscuvilhar” assuntos aqui da terrinha e arredores.

Correspondente no Casal de S. Brás

Objectivo: ”coscuvilhar” assuntos aqui da terrinha e arredores.

Infância adiada

correspondente, 14.07.21

Em Outubro faz 3 anos.

 

Há dois três meses, uma amiga da avó, deu-lhe a conhecer o escorrega, aqui de um parque infantil, no casal de São Brás.

 

A partir daí, todos os dias: “vamos ao escorrega?”, perguntava ela.

 

Mas, uns dias depois de lá ter brincado, pela primeira vez, quando lá voltou, chorou, o parque estava fechado e, assim continua.

 

Descobriu, com a nossa ajuda, outro, no casal e, até mais perto.

 

Este não tem escorrega, mas tem, peixinho, coelhinho e, por vezes uma amiga ou amigo, de ocasião, para brincar.

 

Então, todos os dias, quando vinha da creche: “Vamos ao paque?”, pedia ela.

 

Mas, depois de uma semana de férias no campo, onde pulou, correu e, fez trinta por uma linha, chegada à cidade, retomando a rotina, ontem, vinda da creche, depois de: “Vamos ao paque?”, um dos poucos lugares onde, aqui, pode brincar, fora de quatro paredes, este, o “paque”, também estava fechado a cadeado.

 

Vai fazer três anos, como eu disse, em Outubro e, vai a caminho de um ano e meio da sua vida, em que, destes parques infantis, usufruiu, se tanto, um mês mal contado.

 

Existem coisas que não se adiam, que não se recebe, depois, com retroactivos. A infância é uma delas.

 

Brincar num parque, com dois anos ou três, não é a mesma coisa que, depois, voltar a este, com quatro anos, cinco ou mais.

 

Não vale tudo em nome da pandemia.

 

Não se rouba assim a infância!

Um fracasso transformado em êxito

correspondente, 05.04.21

Será geral, um problema mais de uns do que de outros, não específico no nosso país, portanto, tão pouco deste concelho, da Amadora.

 

Mas, em três meses, apresentar como uma grande coisa, a vacinação de 15.000 pessoas, ou a administração de vacinas nessa quantidade, o que não é bem a mesma coisa, num concelho com cerca de 180.000 habitantes, enfim, não me parece um grande feito.

Nem 8 nem 80

correspondente, 22.02.21

Eu gosto de me manter minimamente informado. Não gosto aliás, de notícias que ocultam mais do que mostram, ou até da ausência de notícias.

 

Mas como não sou especialista em pandemias, gostava mais de ouvir menos a referência a variantes.

 

Também não me considero com tendências para ver em cada esquina uma “conspiração”.

 

Mas chateia, quando se começa a reunir dados, ou começam mais propriamente, os governantes, a reunir esses dados, para decretarem mais um estado de emergência que, apareça por cá uma nova variante.

 

Não duvido que esteja por cá, a Brasileira, como também a Britânica, como já esteve a Californiana, a Espanhola, que possa estar também a de áfrica do Sul, que possa aparecer a Japonesa, que daqui a pouco comece a existir a variante aqui do casal de São Brás, ou até a saloia.

 

Mas, por favor, deixem de nos “massacrar”, na comunicação social, com elas.

 

Mal por mal, “massacrem-nos” com as outras variantes, as das vacinas, que por este andar, também ainda vão ter a versão do casal de são Brás, ou a Saloia, tal é o leque das que vão aparecendo e, ainda bem, como é óbvio!

Os números não mentem

correspondente, 05.02.21

Agora é que é , este texto, será o último acerca do tema! Será mesmo?

 

A propósito do COVID-19 em Portugal, dos números noticiados, os números, não se duvida, não mentem, mas é um facto, baralham muito.

 

“Penedono é o concelho com maior incidência acumulada da infecção, 7 mil e tal por cem mil habitantes”.

 

As contas, a estatística, as médias, a proporcionalidade, a lógica, não sei aqui qual é o termo certo que se aplica, eu não as ponho em causa, devem estar todas certas, mas dão uma ideia errada e, isso sim, uma ideia distorcida da realidade.

 

Sem intenção, acredito, mas ou são bem explicados, ou, números e termos técnicos, nem devem ser noticiados.

 

Penedono, afinal, em concreto, tem 60 e tal casos activos, num total, a nível nacional, de 160 mil e tal casos activos.

 

Penedono, o concelho, tem cerca de 3 mil habitantes. Amadora, por exemplo, tem quase 200 mil habitantes.

 

Não sei quais são os números, na Amadora, por cem mil habitantes, da taxa de incidência, contudo, por estas contas, devem ser abaixo daquelas apresentadas para Penedono, mas, de concreto, o número de habitantes infetados, activos, na Amadora, não devem andar pelo diminuto, com o devido respeito, número de 60.

 

A proporcionalidade consegue colocar 7 mil e tal habitantes onde só existem cerca de 3 mil.

 

E, atenção, os números não estão errados.

 

Enfim, este apontamento, serve para os números da actual pandemia, bem como, para tantos outros em geral.

 

Por último, acredito, em Penedono, estes 60 habitantes infetados actualmente, motivam preocupação, como não poderá deixar de ser, mas apresentar Penedono como o caso mais preocupante em Portugal, volto a frisar, distorce a realidade.

Quem semeia ventos colhe tempestades

correspondente, 29.01.21

Este será o último texto dedicado ao tema.

 

Não quero ser acusado de ser tão pouco intolerante na defesa do meu ponto de vista, tal como, de certo modo, considero, os outros,  os do outro lado da barricada, Os que acham que a culpa é dos outros.

 

Em Março do ano passado, nos primeiros dias de confinamento, pandemia à parte, os seus perigos à parte, confesso, não ganhei para o susto inicial.

 

Numa manhã de Sábado vou às compras. Num supermercado, aqui em São Brás, para entrar, uma fila considerável, primeiro sinal. Depois, lá dentro, legumes, nada, fruta, nada, carne, nada, conservas, alguma coisa, álcool e papel higiénico, foi o que se viu, lixivia, nada. Bom, foi comprar o que se conseguiu, pão e pouco mais e, sair dali, bastante preocupado.

 

De tarde, vai-se tentar uma mercearia de bairro e, nada de filas, fruta e legumes em abundância, fiquei mais descansado.

 

Peixe, no congelador havia, portanto, noutro dia, foi-se ao talho, tentar abastecer-nos da carne em falta. Uma fila enorme. Pessoas a saírem, passe o exagero, com vacas e porcos inteiros nos sacos. Lá comprei alguma coisa.

 

Tentei compras online. Entrega para dali a um mês. Ficou encomendado, mas, a preocupação aumentou.

 

Com o passar dos dias, felizmente, uma certa normalidade, produtos nas prateleiras, menos filas, aconteceu e veio para ficar.

 

Entretanto, num destes primeiros dias, deste novo confinamento, passo em frente a esse talho, o primeiro que me tinha dado um sinal, um sinal de que haveria alguma normalidade, apesar das vacas e porcos inteiros a saírem nos sacos pela porta fora e, volto a ficar apreensivo, o talho estava fechado, na porta um aviso, o pessoal está em isolamento, reabre a X. Pelo menos, nesta altura, produto não falta, falta quem o venda.

 

Existem mais talhos por aqui e, felizmente, estão todos abertos. Nos supermercados, as prateleiras, felizmente, estão “compostas”. Mas, para mim, ver aquele talho, logo aquele, fechado, foi um mau presságio.

 

Quanto a semear ventos e depois sofrer as consequências, esta referência a um ditado popular, não tem tanto a ver com o que foi escrito anteriormente mas, mais com a medida, que sinceramente não estou a ver o que procura salvaguardar, de fecho de fronteiras, do autoconfinamento do país anunciado pelo nosso Presidente.

 

Aliás, pelo que se vai observando, nem precisávamos de tomar essa atitude, pois, outros países já o estão a fazer em relação a nós.

 

O problema é que não somos autossuficientes em coisa nenhuma e se começa a ser difícil chegar alguma coisa aqui, aí sim, se calhar, vamos ter sérios problemas.

 

Parece que, os nossos motoristas, já começam a sentir algumas dificuldades, em circular  por essa europa fora.

Não as ciências exactas mas sim as ideias exactas do covidismo

correspondente, 03.12.20

Apenas um acréscimo ao post anterior. Que, creio, atendendo à “batalha” instalada, entre os bons e os maus, aqui, na Amadora, como em todo o lado, importa refletir portanto ainda com maior necessidade.

 

No mundo simplório que esta pandemia veio instalar, este, segundo me parece, divide-se em dois grupos, o dos que se portam mal e o dos que se portam bem. Os primeiros ficam infetados por isso mesmo, porque se portam mal, não cumprem as regras, os outros, os bem-comportados, são infetados pelos primeiros, pelos que não têm juízo nenhum. Bom até aqui, isto não tem nada que enganar, os irresponsáveis infetam os responsáveis e a ordem das coisas está explicada e não nos dá mais dores de cabeça. Mas os irresponsáveis são infetados por quem? Pois claro, por outros irresponsáveis e assim a lógica não sofre abalos. Mas se é assim, os irresponsáveis infetavam apenas outros irresponsáveis, a coisa andava por ali, era lá com eles e pronto. Mas não é assim, chega aos responsáveis, acontece até os responsáveis infetarem outros responsáveis e isto foge à lógica simplista, ou nestes casos, os responsáveis passam a ser irresponsáveis? Que confusão, o melhor mesmo, para não pensar muito, é voltar ao início, os irresponsáveis infetam os responsáveis, os bem-comportados e não se fala mais nisto.

Mas como temos “miolos”, dá-nos para pensar e, dados os factos, não aceitar assim de bandeja a anterior teoria simplista e, partir para a equação de outras. O risco que corremos nestes casos, em tentar encontrar explicações, tal como acontece nesta teoria muito básica, a dos maus e a dos bons, é partirmos para um modelo e, depois, tudo que não encaixa nele, deixamos de fora, para não “estragar” a lógica encontrada. Mas mesmo assim arrisco, se os bem-comportados, os que cumprem as regras, são infetados, isto não terá muito que saber, as regras não são escassas mas são sim ineficazes, ou pelo menos, pouco eficazes e, portanto estão a dar-nos  aquela sensação, para a qual, no início disto tudo, as autoridades nos alertavam, quanto ao uso das máscaras, o de uma falsa sensação de segurança, por exemplo. Portanto, seria bom, enquanto isto durar, em primeiro lugar, não dar como milagrosas e certas, todas as regras, cumprir, mas não de modo fundamentalista ou covidista tudo e mais alguma coisa e, talvez, não diabolizar tanto os outros.

 

Nota de rodapé: Ainda estou para perceber o porquê de no início as autoridades considerarem o uso das máscaras inadequado. Se, por exemplo, noutras latitudes, este procedimento já era uma prática comum contra o contágio da gripe. Ou não é mesmo eficaz neste caso e andamos a ser induzidos em erro apenas para não nos enfiarmos em casa debaixo da cama até que isto se vá embora, porque, na verdade não têm nenhuma certeza quanto á sua eficácia e, vai sendo mais fácil culpar os outros e assim tentar manter quase todos a trabalhar, ou então não sei mesmo qual foi a ideia. Dirão os entendidos, foi, apenas, resultado da evolução do conhecimento científico. Pois que assim seja. Não percebo é como é que o vírus se transmite então mesmo usando as devidas “proteções” contra ele, ou será que os responsáveis, por vezes, não as usam? Pois não existe terceira hipótese, ou as “proteções” não são eficazes, ou então são, mas os ditos responsáveis, são tão irresponsáveis, em alguma parte do seu dia-a-dia, como os outros.

Covidismo

correspondente, 14.11.20

Porque COVID-19 não é matéria só da Amadora, mas também é, aqui fica uma pequena reflexão numa tarde de recolher obrigatório durante um Estado de Emergência.

 

Eu não cheguei a viver num regime de um só homem, o pai de todos nós, num país governado por um ditador. Ou melhor, cheguei, mas nem dei por isso, nasci em 1967 e, a nossa ditadura, aqui, em Portugal, terminou (ou foi ajudada a terminar) em 74. Mas lembro-me bem de histórias contadas pelos meus pais, mais do meu pai, a propósito disto ou daquilo, contar como “era dantes” e, eu, verdade se diga, duvidar um pouco desses relatos. Lembro-me, em particular, daquela, em que o meu pai contava, a de ele e outros, na sua juventude, estarem no largo, no Terreiro, em Caminha, à noite e, por causa de umas ameixas maduras, ou laranjas, ali “à mão de colher” nas árvores, do Terreiro, ou de algum episódio de importância parecida, terem sido abordados pela GNR, de terem, nessa altura, é um facto, “abusado” um pouco da paciência dos militares, ou do militar, desta força policial, de ter, nesta ocasião, ou em outra, de gravidade semelhante, ter ido dar um “passeio” até ao posto e, daí, segundo este, não terem passado, os seus delitos de juventude e, alguns anos depois, ficar a saber, assim, já farto de tentar, saídas profissionais, no Estado, alguém, uma “cunha” bem promissora, em mais uma tentativa, lhe dizer, porque é que não o conseguia e, o aconselhou a desistir dessa via. Tinha ficha na PIDE. Naquela longínqua noite, em Caminha, na noite das ameixas maduras, a presença, no grupo de amigos, de alguém já sinalizado pela PIDE, “contaminou” todos os que ali estavam, todos foram considerados inimigos do estado, da Pátria  ou da coisa que o valha.

 

Hoje, nesta altura, em plena pandemia, aqui, quase 9 meses debaixo disto e de inúmeras opiniões, quase todas sempre no mesmo sentido, percebo aqueles tempos, os de uma ditadura, percebo, como esta, ou tiques desta, não são difíceis de serem aceites, percebo como muita gente que a viveu, de quando em vez, diga do que isto precisava era de outro homem igual. Vejo como é afinal fácil, invocando uma causa comum, ou um medo, ou um inimigo comum, ter a maioria das pessoas prontas a seguir alguém, a perseguir outros, os culpados de tudo, sem fazerem muitas perguntas.

 

Hoje, está enraizado que a pandemia alastra por nossa causa, por causa do nosso mau comportamento e, daqui não se passa. Se os “números” aumentam muito, é por nossa causa e, aí surgem mais e mais medidas, para tentar conter esses aumentos, restrições, restrições ao nosso comportamento, à nossa vida. E a maioria das pessoas, hoje, como em todos os tempos, pelos vistos, são os melhores esbirros de quem manda, são mais papistas do que o Papa, comportam-se pior do que quem manda, ou de quem tenta fazer cumpri essas medidas. São uns seguidistas, uns covidistas, sem questionar nada, sem pensarem um pouco, sem refletir um pouco, pelo menos no alcance e eficácia de algumas delas, das medidas, tudo está errado no comportamento do outro, todos os outros, que não eles, são uns estúpidos, uns burros, os culpados disto estar como está. Não existe meio termo. Não existe o benefício da dúvida. Talvez nem tudo seja apenas causa efeito do comportamento daquele e de aqueloutro. Isto não é a preto e branco. De facto, hoje, as pedras que por aí existem, são poucas para atirar “à mulher pecadora”, que é como quem diz, para atirar, não só aquele (ou muitos aqueles) que vai ali sem máscara e, não deve de facto ir e, que é confundido com a floresta sendo apenas a árvore no meio disto tudo e, aqueles que questionam alguma coisa, também têm umas pedras reservadas para eles. Nada se pode questionar. Tudo é bem feito. Questionar provoca a dúvida e, o sentido único, o seguidismo, o covidismo, não aceita bem isso, ou desconhece mesmo essa faculdade, a de pensar, logo, duvidar por vezes, não de tudo, mas de uma ou outra coisa, do que nos é dito, do que nos é “servido”.

 

Em Março, os seguidistas, puseram-se ao lado, claro, de quem decretou, em nome da saúde pública,  de entre outras medidas, o confinamento total. Nada a apontar a isto. Mais tarde, como a vida é um bem precioso, mas a existência, é mais complexa, não basta estar vivo, temos que ir vivendo, os seguidistas, numa atitude revolucionária, quase que foram contra quem seguiam, quando para além da saúde, a economia, outra vertente necessária à nossa existência, também foi ponderada e, depois de isto estar quase em frangalhos, quem manda, em Abril, Maio, decidiu, o desconfinamento gradual, aí quase que deixou de existir seguidistas. Mas aos poucos estes voltaram. Hoje, o equilíbrio entre a saúde pública e a economia, durante esta pandemia, parece que é uma condição aceite por todos, mesmo pelos seguidistas, embora, alguns, muitos, destes, ainda contestem isto, defendem, o confinamento total, uns seguidistas, uns covidistas que são tão egoístas que não se importam que este o confinamento, não seja assim tão total, não se importam que uns arrisquem, para que outros, como eles, tenham, entre outras coisas, comida na mesa. Dias virão, em que uma terceira componente da vida, a vida social, deixe de ser proscrita, venha a ser aceite, venha a ser considerada tão importante como as outras duas, com aumento ou diminuição da pandemia e, os seguidistas, os covidistas, deixem de ter a quem atirar pedras.

 

A vida é um todo, não é uma parte, com ou sem pandemia.  Não adianta combater, contrariar, uma parte dela, em nome de uma outra, o caminho será encontrar a “fórmula mágica” de tudo isto coexistir.

 

Nota: Aos seguidistas, aos covidistas, aos defensores de que isto é tudo culpa do mau comportamento dos outros, deixo as seguintes perguntas: Em Agosto o número de infetados, creio, em Portugal era cerca de 30.000, ontem eram mais de 200.000, isto é apenas por mau comportamento? Na primeira vaga, tudo começou a norte, em Portugal, a explicação foram as “ligações” a Itália, das indústrias do calçado, hoje, mais de 60% do número de novos casos, voltou a ser no Norte, provavelmente, a segunda vaga virá a repetir a tendência da primeira, virá a ser de novo mais problemática, daqui a uns tempos, em Lisboa e vale do tejo, isto é porque, agora, no Norte, voltaram a ser os mais mal comportados, mas depois, por aqui, voltamos a ser nós, ou existem mais algumas explicações, para além disto, do básico, do mau comportamento? Têm que existir. O óbvio leva a essa conclusão. E quanto mais se insistir apenas, ou quase, no mau comportamento, como indiciam a maioria das medidas e explicitamente se diz, quando se apela à responsabilidade individual, menos se vê ao redor, menos se encontra fora disto e, a pandemia vai fazendo os seus danos, mais ou menos, indiferente a isto tudo, aos dedos apontados uns aos outros.

para além do mau comportamento?

Mulher agredida por agente da PSP na Amadora

correspondente, 22.01.20

A violência deve ser punida e repudiada. Contudo não estamos num país onde vale tudo. No limite, quem tem a autorização, dada pelo Estado, para o uso da força, leia-se, por muito que custe a muitos, para o uso ou de exercer a violência, pois não estou a ver como se pode traduzir o uso da força, a não ser através de actos violentos, são as autoridades que têm essa autorização e, claro, não é a população em geral.

 

Salvaguardando assim, a aceitação do uso da força, leia-se, da violência, pelo motivo acima referido, aceita-se apenas e só que esta seja proporcional às circunstâncias e exercida por quem de direito.

 

De igual modo, defendo que os actos de racismo, de todo o racismo, são de repudiar e condenar.

 

O título deste texto é proveniente de um caso noticiado que se passou aqui há dias nesta zona.

 

Li a notícia e, não querendo aqui expor a que conclusão chego, tão mau é o desenrolar dos acontecimentos relatados, apenas me fico pelo início de como tudo começou e, cada um tire a conclusão que quiser.

 

Em tudo na vida existem regras e, ou as aceitamos tal como são, ou se não as aceitamos, se as queremos mudar á nossa medida, naquele momento, perdemos a razão.

 

Para se usar um transporte público, ou validamos o passe ao entrar neste, ou compramos o bilhete, não existe uma terceira opção.

 

Por mero acaso, neste caso, este transporte tinha um interlocutor da argumentação, o motorista (mais simpático ou menos simpático) e, se por acaso, o transporte a usar fosse, apenas e só, dos que para aceder só através de sistemas automáticos, a pessoa em causa argumentava o quê ou com quem?

Foguetes e foguetinhos

correspondente, 04.01.20

Há dias, intrigado e já farto de os ouvir a toda a hora, através das redes sociais, perguntei se alguém sabia a que se devia, aqui entre o casal de são Brás e a Brandoa, já há muito tempo, os foguetes, foguetinhos, petardos, tiros ou lá o que sejam, que são escutados de dia e de noite por aqui.

 

Qual não foi o meu espanto que, de imediato, nas reações a essa minha pergunta, percebi que o fenómeno estava a acontecer por toda a Amadora e não só.

 

As explicações são as mais mirabolantes, desde as relacionadas com pombos, até as do fim do ano, apesar de estarmos, na altura, ainda a uns dias do fim do ano e, pelos vistos, os “foguetes”, em alguns dos casos, já se andarem a ouvir há muito muito tempo, há mais de 2 anos.

 

As próprias autoridades referem, por exemplo, ter conhecimento de petardos na via pública.

 

Coincidência ou não, nestes últimos dias, os foguetes e foguetinhos, por estes lados, diminuíram, quase não se ouvem.

 

Será devido ao poder das redes sociais ou apenas porque de facto o fim do ano já passou?

 

Bom, de qualquer modo, se alguém puder ajudar a esclarecer melhor a razão deste foguetório, agradece-se o seu testemunho aqui!

O presente envenenado

correspondente, 27.12.19

Há pouco, dizia, alguém da administração, de uma empresa de transportes públicos, creio, ferroviário, que dado o aumento da procura, o aumento de passageiros, devido à descida do valor dos passes sociais, estavam a fazer modificações, ajustes, nas composições. A sua explicação “técnica” não foi muito clara. Ao ouvir o resto da reportagem fiquei esclarecido. Em cada comboio vão suprimir 80 lugares sentados. Já me tinham dito que no METRO de Lisboa também tinham “desaparecido” bancos nas carruagens. Não consigo confirmar esta última informação mas, levando em conta a notícia aqui referida, é provável que tal aconteça nesse meio de transporte também.

 

Alguém mais ingénuo poderia pensar que à descida do valor dos passes sociais corresponderia um aumento de procura, um aumento de passageiros, o que pelos vistos aconteceu e, perante isto, as empresas de transportes públicos, aumentariam a oferta, mantendo ou mesmo aumentando, entre outros, o padrão de conforto.

 

Pelo exposto aqui inicialmente, o atrás referido, não é o que acontece.

 

Desconheço, neste novo “desenho” relativo aos passes sociais, se as empresas de transportes públicos, passaram a receber mais ou a receber menos, do Estado por cada passageiro que transportam ao abrigo deste acordo. Isso será irrelevante. Relevante e revelador é a ideia que fica, de quem decide estas coisas, a de que se pagam menos, os passageiros, bem podem viajar de pé.

 

É, sem dúvida, Um grande incentivo a que se passe a usar o transporte público, o de viajar de pé, com toda a probabilidade!