O potencial Histórico do casal de São Brás
“Hoje estivemos de visita ao Casal da Falagueira de Cima (Casa da Ordem de Malta) e Azenha, no concelho da Amadora. O que está escrito dá-nos a ideia do que foi uma determinada realidade ou acontecimento, mas, muitas vezes, nada melhor que ir ao local para sentir e perceber essa realidade ou acontecimento. Tudo ganha outra importância e significado. Tanto mais assim é neste caso, quando temos a ideia de que a Amadora não tem história nem elementos do passado que a possam valorizar. Sobre o que ainda era possível (embora nos pareça que era possível fazer algo mais relativamente à azenha e ao canal de condução de água até à mesma) foi ali feito um excelente trabalho arqueológico e de recuperação do Casal outrora pertença da Ordem de Malta, de que subsistem alguns marcos (aqui, com a cruz em relevo, mas de pontas atenuadas) de que se guardam dois exemplares no interior do núcleo museológico e, para além doutros que existem pelas imediações, um outro que se preserva encostado à parede exterior do núcleo, que outrora foi a Casa principal do Casal, e apresenta traços da centúria de quinhentos.
Uma das mais antigas referências ao Casal da Falagueira, encontra-se num testamento de 1268, de um Cavaleiro da Ordem do Hospital, de seu nome Vasco Martins.
Segundo Frei Lucas de Santa Catarina, a propósito da Comenda de São Brás, em Lisboa, esta era ainda foreira de algumas propriedades para além do termo da cidade, nomeadamente na Falagueira: «... tem também a Ordem ainda hoje um casal, que está por cima do lugar da Falagueira, chamado de São Brás, com casas, pomar, vinhas, terras e fontes; foreiro em quatro moios e meio de trigo [aprox. 3510 litros/kg.], um moio de cevada [780 l./kg.], um carneiro e seis galinhas; havendo dele várias pertenças, e subenfiteuticações [sic], que rendem 240 reis, ou uma galinha, e outra 200 reis, ou outra galinha. (…) Mais se conserva foreira uma terra, com seu moinho de vento, no alto do Lugar da Falagueira, que se desmembrou do casal do Louro» (SANTA CATARINA, 1734: 269/277).”
In Ordem de Malta
http://ordemdemalta.blogspot.pt
Esta visita em 2012 relatada no blogue da Ordem de Malta em Portugal, de certo modo, exemplifica que tudo terá a sua História, mas que umas são mais História que outras, ou seja, um bairro nos arredores de Lisboa, um “dormitório”, afinal até motiva uma visita ao sítio, apenas pela sua História.