O diz que disse
O Homem, o suposto animal “inteligente” ou racional, ainda que uma coisa possa não ser sinónimo de outra, é de facto muito “pequenino” em comparação com os restantes animais, por exemplo, no que respeita ao comportamento para com os seus semelhantes ou para com o mundo que o rodeia. Na rua, duas pessoas têm uma conversa um pouco mais “acalorada” acerca de algo que lhes diz respeito, mas também dirá respeito a um leque maior de pessoas da vizinhança e, até parece que ninguém se apercebeu de nada, no entanto, dias mais tarde a versão “revista e melhorada” da “conversa” é contada por alguém que, atendendo à localização da sua casa, ou tem muito bom ouvido, ou os dois “discordantes” usaram megafones ou, hipótese mais provável, todo o quarteirão assistiu à “telenovela”, mas escondido atrás das cortinas das suas janelas (como convêm) e depois é só pôr a circular o “diz que disse”. Enfim, aliás, à semelhança do que se passa no mundo real, também por aqui no virtual os comportamentos, por vezes, são idênticos. Peço desculpa pela expressão, mas parece existir uma “massa amorfa” que, defronte do seu monitor, “devora” tudo o que alguns escrevem, concorda ou discorda com o que acaba de ler, mas ali fica sossegadinha “atrás da cortina”, é de facto tão cómodo, porém tão “insonso”.