1085
Uma lição de história outra vez? E ainda por cima, de São Brás, nada! É verdade! É só mais um bocadinho (por agora), apenas para chegar a um ponto. E não é bem um ponto de chegada, é mais um ponto de partida!
1086 - Inicio de la hegemonía almorávide en Al Ándalus.
1087 - Universidad de Salerno.
1090 - Nace San Bernardo de Claraval.
1095 - Concilio de Clermont.
1096 - Inicio de la I Cruzada.
1095 – O Papa Urbano II apela à primeira Cruzada
1096 – Partida da cruzada popular
1096 – Partida da cruzada dos Barões
1096 – As tropas Turcas e Búlgaras, aniquilam a cruzada popular, na Anatólia
No Al-andalus
“… No entanto, Ibn Abbad recuperou Sevilha e Córdova, e apoderou-se pouco depois, dos distritos de Valência e de Múrcia. Por seu lado, Afonso VI, aproveitando a dissolução do império sarraceno, assenhoreou-se de Toledo em 1085 (…) perante a ameaça, é invocado o auxilio dos Almorávidas, cujo poder no Norte África tinha crescido rapidamente com sucessivos triunfos nesta zona.
Os Almorávidas entraram na Península Ibérica, pela primeira vez, em 1086, respondendo ao pedido de ajuda do governante da taifa de Sevilha, face à ameaça Cristã protagonizada pelas conquistas e pressões económicas de Afonso VI, rei de Leão e Castela. Comandados por Yusuf Ibn Tashfin, desembarcam em Algeciras e avançam para Badajoz à procura do confronto com os Cristãos ...” In História de Portugal de Alexandre Herculano
- Raimundo de Borgonha (?-1107), filho de Guilherme I, conde da Borgonha (1020-1087) e de Estefânia da Borgonha.
- Reinaldo II, Conde de Borgonha (1061-1097), participou e morreu na 1ª Cruzada. Irmão de Raimundo.
- Estêvão I de Borgonha, morreu na terra Santa, durante a Cruzada de 1101. Irmão de Raimundo.
- Guido de Borgonha (1060-1124), Papa Calisto II, eleito na abadia de Cluny, em 1119. Irmão de Raimundo.
- Sibila ou Matilde (1065-1101), irmã de Raimundo, casou com Odo I, irmão do conde Dom Henrique.
- Raimundo e Henrique (de Borgonha).
O intuito deste post é o de apresentar Raimundo de Borgonha e os seus laços familiares. As “cenas” do próximo capítulo, que é como quem diz, do próximo post, serão a partir da chegada de Raimundo e Henrique à península Ibérica. Voltarei ao tema do parentesco entre estes dois (se descobrir algo de concreto), mas eles são sempre mencionados como primos e, de facto, não consegui estabelecer essa ligação, no entanto, a irmã de um casou com o irmão de outro, o que já os liga de algum modo. Deixarei também mais um excerto da História de Portugal de Alexandre Herculano sobre a batalha de Zalaca, por nada em especial, apenas para que possamos ter uma ideia acerca do poderio militar desta nova força islâmica (muito pouco tolerante, até com os seus), os Almorávidas (sempre aproveito alguma coisa do meu trabalho sobre estes “senhores”). Segundo uns, uma das causas do “surgimento” das Ordens militares. Não sei bem quem surgiu primeiro, em resposta ao outro, isso deve depender do ponto de vista, cristão ou muçulmano, contudo, aquilo que é um facto, foi uma maior “especialização”, de parte a parte, nos contingentes militares.
Voltando a Raimundo e, apenas para levantar uma ponta do véu, ou seja, do meu “tortuoso” fio condutor, que se calhar não nos vai levar a parte alguma, aqui fica a “dúvida” (provavelmente infundada): Como se pode verificar lá atrás, dois dos irmãos de Raimundo, participaram nas cruzadas, segundo creio, quando estavam à frente dos destinos do condado. Ora, a explicação “oficial” para que Raimundo e Henrique tivessem vindo para a península Ibérica é a de que como eram “filhos segundos” e por isso não iriam herdar os títulos dos seus pais, tivessem vindo assim, lutar contra os “sarracenos” e, deste modo, através da recompensa do rei “auxiliado”, encontrassem um outro território para si. Não discuto essas “motivações”, apenas não se aplicam aos seus irmãos mais velhos, pois estes já tinham títulos e domínios e mesmo assim, fizeram, mais ou menos, o mesmo que os irmãos mais novos. E, por outro lado, também custa a crer que estes “jovens francos” viessem assim em grupos desorganizados à procura de encontrar alguém a quem colocar ao seu serviço a sua espada. Posso estar enganado, mas a “coisa” devia ser mais organizada e “enquadrada”, agora por quem e de que forma, isso já é menos óbvio. E da Borgonha porquê? Por outro lado, relembro que em Jerusalém, pelo menos, desde 1048 (há mais de 30 anos), já existia alguma forma de “organização”, protagonizada por monges beneditinos (de Cluny?) e, por aqui, na Península, a “coisa” era mais ou menos espontânea? Ficam as dúvidas no ar, porém, pelo menos, a partir deste período, seria interessante conhecer mais alguns nomes e posições, daqueles que acompanharam Raimundo e Henrique.