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Correspondente no Casal de S. Brás

Objectivo: ”coscuvilhar” assuntos aqui da terrinha e arredores.

Correspondente no Casal de S. Brás

Objectivo: ”coscuvilhar” assuntos aqui da terrinha e arredores.

1085

correspondente, 29.03.12

Uma lição de história outra vez? E ainda por cima, de São Brás, nada! É verdade! É só mais um bocadinho (por agora), apenas para chegar a um ponto. E não é bem um ponto de chegada, é mais um ponto de partida!

 

1086 - Inicio de la hegemonía almorávide en Al Ándalus.

1087 - Universidad de Salerno.

1090 - Nace San Bernardo de Claraval.

1095 - Concilio de Clermont.

1096 - Inicio de la I Cruzada.

 

1095 – O Papa Urbano II apela à primeira Cruzada

1096 – Partida da cruzada popular

1096 – Partida da cruzada dos Barões

1096 – As tropas Turcas e Búlgaras, aniquilam a cruzada popular, na Anatólia

 

No Al-andalus

“… No entanto, Ibn Abbad recuperou Sevilha e Córdova, e apoderou-se pouco depois, dos distritos de Valência e de Múrcia. Por seu lado, Afonso VI, aproveitando a dissolução do império sarraceno, assenhoreou-se de Toledo em 1085 (…) perante a ameaça, é invocado o auxilio dos Almorávidas, cujo poder no Norte África tinha crescido rapidamente com sucessivos triunfos nesta zona.

Os Almorávidas entraram na Península Ibérica, pela primeira vez, em 1086, respondendo ao pedido de ajuda do governante da taifa de Sevilha, face à ameaça Cristã protagonizada pelas conquistas e pressões económicas de Afonso VI, rei de Leão e Castela. Comandados por Yusuf Ibn Tashfin, desembarcam em Algeciras e avançam para Badajoz à procura do confronto com os Cristãos ...” In História de Portugal de Alexandre Herculano

 

- Raimundo de Borgonha (?-1107), filho de Guilherme I, conde da Borgonha (1020-1087) e de Estefânia da Borgonha.

- Reinaldo II, Conde de Borgonha (1061-1097), participou e morreu na 1ª Cruzada. Irmão de Raimundo.

- Estêvão I de Borgonha, morreu na terra Santa, durante a Cruzada de 1101. Irmão de Raimundo.

- Guido de Borgonha (1060-1124), Papa Calisto II, eleito na abadia de Cluny, em 1119. Irmão de Raimundo.   

- Sibila ou Matilde (1065-1101), irmã de Raimundo, casou com Odo I, irmão do conde Dom Henrique.

 

- Raimundo e Henrique (de Borgonha).

 

O intuito deste post é o de apresentar Raimundo de Borgonha e os seus laços familiares. As “cenas” do próximo capítulo, que é como quem diz, do próximo post, serão a partir da chegada de Raimundo e Henrique à península Ibérica. Voltarei ao tema do parentesco entre estes dois (se descobrir algo de concreto), mas eles são sempre mencionados como primos e, de facto, não consegui estabelecer essa ligação, no entanto, a irmã de um casou com o irmão de outro, o que já os liga de algum modo. Deixarei também mais um excerto da História de Portugal de Alexandre Herculano sobre a batalha de Zalaca, por nada em especial, apenas para que possamos ter uma ideia acerca do poderio militar desta nova força islâmica (muito pouco tolerante, até com os seus), os Almorávidas (sempre aproveito alguma coisa do meu trabalho sobre estes “senhores”). Segundo uns, uma das causas do “surgimento” das Ordens militares. Não sei bem quem surgiu primeiro, em resposta ao outro, isso deve depender do ponto de vista, cristão ou muçulmano, contudo, aquilo que é um facto, foi uma maior “especialização”, de parte a parte, nos contingentes militares.

Voltando a Raimundo e, apenas para levantar uma ponta do véu, ou seja, do meu “tortuoso” fio condutor, que se calhar não nos vai levar a parte alguma, aqui fica a “dúvida” (provavelmente infundada): Como se pode verificar lá atrás, dois dos irmãos de Raimundo, participaram nas cruzadas, segundo creio, quando estavam à frente dos destinos do condado. Ora, a explicação “oficial” para que Raimundo e Henrique tivessem vindo para a península Ibérica é a de que como eram “filhos segundos” e por isso não iriam herdar os títulos dos seus pais, tivessem vindo assim, lutar contra os “sarracenos” e, deste modo, através da recompensa do rei “auxiliado”, encontrassem um outro território para si. Não discuto essas “motivações”, apenas não se aplicam aos seus irmãos mais velhos, pois estes já tinham títulos e domínios e mesmo assim, fizeram, mais ou menos, o mesmo que os irmãos mais novos. E, por outro lado, também custa a crer que estes “jovens francos” viessem assim em grupos desorganizados à procura de encontrar alguém a quem colocar ao seu serviço a sua espada. Posso estar enganado, mas a “coisa” devia ser mais organizada e “enquadrada”, agora por quem e de que forma, isso já é menos óbvio. E da Borgonha porquê? Por outro lado, relembro que em Jerusalém, pelo menos, desde 1048 (há mais de 30 anos), já existia alguma forma de “organização”, protagonizada por monges beneditinos (de Cluny?) e, por aqui, na Península, a “coisa” era mais ou menos espontânea? Ficam as dúvidas no ar, porém, pelo menos, a partir deste período, seria interessante conhecer mais alguns nomes e posições, daqueles que acompanharam Raimundo e Henrique.

 

Espírito de grupo

correspondente, 26.03.12

26.000 e tal habitantes. Enfim, não devem ser todos idosos ou pessoas com dificuldades financeiras. Contudo, de facto, assim compreende-se que quando se organiza uma qualquer actividade, por exemplo, de âmbito lúdico e cultural, não se consiga abranger toda a população, até por uma questão de logística, não cabem todos no autocarro! Até convém não “publicitar” demasiado. Já viram se todos os habitantes (com tanto direito de participar como os outros, como a minoria) quisessem ir no “passeio”, era preciso alugar uma frota de autocarros! Assim, como dizia o outro: “é assim e não podia ser doutra forma”. Ou seja, uns 40 ou 60 participantes e, se calhar, mais ou menos, sempre os mesmos! Enfim, sempre se “cultiva” o espírito de grupo, que seria seriamente prejudicado, com demasiadas  entradas e saídas, nesse mesmo grupo!!

Afonso VI de Leão e Castela (1039-1109)

correspondente, 21.03.12

Após a morte de Fernando I de Leão e Castela, o seu filho Garcia ficou com o reino da Galiza, Leão  ficou para Afonso e Sancho ficou com o reino de Castela. 

 

1073 - Inicio del pontificado de Gregorio VII.

1075 - Inicio de la Querella de las Investiduras.

1076 - Sínodo de Worms.

1076 - China: Cae un gran meteorito.

1078 - Bizancio: Finaliza la dinastía de los Ducas.

1079 - Nace Pedro Abelardo.

1081 - Bizancio: Inicio de la dinastía de los Comneno.

1082 - Venecia: Inicio de la hegemonía en el Mediterráneo.

1085 - Finaliza el pontificado de Gregorio VII.

1085 - Alfonso VI de Castilla toma Toledo.

 

No Al-andalus

“Mohammed Al-Mutamed Ibn Abbad após suceder a seu pai em 1069, no domínio de Sevilha, não trouxe mudança alguma à grave situação que se estava a viver na Espanha Muçulmana, na medida em que as guerras entre as taifas, continuaram do mesmo modo. Em 1076, o emir de Toledo que estava pessoalmente envolvido no cerco a Sevilha, faleceu no assédio a esta praça. Com a sua morte, o rumo dos acontecimentos alterou-se, tendo em conta que o seu sucessor, ainda menor, ficou sob protecção e tutela de Afonso VI, antigo aliado do governante desta taifa.” In História de Portugal de Alexandre Herculano

 

1077 – Afonso VI intitula-se Imperador de toda a Hispânia.

 

- Papa Gregório VII (1020-1085). Foi monge em Cluny.

- Reforma Gregoriana

 

- Henrique de Borgonha (1035-1074), avô de Afonso Henriques, 1º Rei de Portugal.

- Constança da Borgonha (1046-1093), irmã de Henrique de Borgonha, casou com Afonso VI de Leão e Castela.

 

Voltei aqui a referir-me a Henrique da Borgonha, para estabelecer o elo de ligação entre, Afonso VI, Borgonha e o conde Dom Henrique (pai de Afonso Henriques). E o elo foi Constança de Borgonha (tia-avó de Afonso Henriques), que casou com Afonso VI de Leão e Castela.

 

- Conde Dom Henrique (1066-1112), pai de Afonso Henriques e irmão de:

- Hugo I (1057-1093), Duque da Borgonha e mais tarde prior da ordem beneditina em Cluny.

- Odo I (1058-1103), Duque da Borgonha (substituiu Hugo I).

 

Por agora, só menciono o conde Dom Henrique e alguns dos seus familiares (voltaremos a ele, lá mais à frente), apenas para que se percebam as suas “ligações”. E perguntarão os eventuais “frequentadores” deste blogue: E o que é que isto tem a ver com o Casal de São Brás? Pois, não sei, mas vou seguir este “fio”. Tenho um “palpite” que até pode não dar em nada ou então, o “fio” poderá levar-nos a algum lugar. De qualquer modo sempre se fica a saber alguma coisa da nossa história!

A casa da Ordem de Malta (Núcleo museológico da Falagueira)

correspondente, 14.03.12

“O Casal da Falagueira constitui uma pequena parcela do que terá sido o território rural do concelho antes do boom demográfico e urbanístico responsável pela transformação de grande parte do município num dos maiores aglomerados populacionais do país. Não se sabe, ao certo, quando terá sido construído o conjunto urbano que o define, mas não restam dúvidas de que, na origem, fez parte do núcleo antigo da aldeia da Falagueira. A sua relevância na história da Amadora fez com que, em redor do conjunto, se definisse um amplo espaço verde, conhecido como Parque Urbano da Ribeira da Falagueira, no fundo dando resposta à individualização deste marco patrimonial na primitiva relação com esta ribeira.

Os elementos materiais mais antigos conservados remontam aos séculos XVI-XVII, época de pleno desenvolvimento da ruralidade em torno de Lisboa, que tinha na capital o seu destino preferencial de escoamento de produtos. Infelizmente, com o passar do tempo, o conjunto foi parcialmente amputado, destruindo-se uma parte significativa do núcleo habitacional e encontrando-se em ruínas a azenha que fazia a ligação à ribeira, um engenho de tipo tradicional, inserido no grupo dos moinhos de água de roda vertical.

Ainda assim, o que chegou até hoje do edifício principal revela uma arquitectura até certo ponto cuidada, diferenciada das modestas habitações de pequenos proprietários rurais que polvilharam a região saloia. As cantarias são de fino recorte e, em redor da casa, localizava-se um complexo sistema de captação de águas da ribeira, que chegava a vencer 8 metros de altura. Este dispositivo hidráulico era ainda complementado por duas pontes, uma das quais redireccionando o curso da ribeira, por forma a melhor aproveitar as suas margens. Em termos volumétricos, a casa é também excepcional, com dois pisos que possibilitaram certamente uma racionalidade de espaços consoante as funções requeridas (normalmente, o piso térreo era aproveitado como zona de actividade, de arrumos e de apoio aos trabalhos agrícolas, enquanto que o andar superior estava destinado à família proprietária, imitando, aqui, o modelo de solar moderno escolhido por grande parte da nobreza fundiária da época).

O casal é também conhecido como Casa da Ordem de Malta, por ostentar, à entrada e sobre o portão principal da quinta, uma cruz daquela Ordem, elemento que só vem reforçar a importância e a relativa dimensão à escala local/regional deste conjunto. A cruz é já claramente de época moderna, mas não deixa de ser um poderoso símbolo evocador de um presumível passado medieval, consumado na primeira referência documental que menciona a Falagueira: um testamento de 1268, de um tal Vasco Martins, Cavaleiro da Ordem do Hospital (que antecedeu a de Malta).”

 

Em: http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/7695183/

 

Nota: Aproveitei para colocar aqui este excerto, porque relaciona-se com o tema anterior, com a ribeira da Falagueira. E porque, por aquilo que aprendi na “cadeira” relacionada com o mundo rural na Idade Média, a “posse” de um engenho, como uma azenha (também se aplicava aos moinhos de vento, mas a importância era menor), demonstrava muito, quanto à importância dos seus “possuidores”, passe o exagero, uma azenha, equivaleria hoje, a uma autoeuropa.

Pronto, no próximo post, voltarei à História (donde, de facto, não saí!).

A ribeira da Falagueira

correspondente, 13.03.12

Não são muitos os metros, talvez 1 quilómetro ou 2 (talvez sejam mais), mas ainda bem que a “recuperaram” e que não teve o destino de muitas outras(pelo menos este pedaço), o de ficar “entubada” e o de ficar a correr por debaixo dos prédios. Deve nascer lá para os lados da Serra da Mira (*) e, hoje “desaparece” na Falagueira, um pouco depois do Casal de São Brás. Este “pedaço” da Ribeira da Falagueira, assim como, a área circundante, foram “recuperados” e devolvidos aos habitantes desta zona, em forma de área de lazer. Uma boa iniciativa, pois, podia muito bem ter ido ali parar mais meia dúzia de prédios, aonde as únicas zonas verdes, seriam uns míseros canteiros de relva!  

 

(*) Li algures isso, mas agora ao procurar mais informação na INTERNET, aparece que a ribeira da Falagueira, não é mais que um “troço” da ribeira de Alcântara e que esta nasce na Brandoa. Se alguém mais qualificado e elucidado puder acrescentar ou desmentir isto tudo, agradece-se a colaboração.

 

Nota: Interessante, foi ficar a saber, a pretexto desta pesquisa, que o aqueduto das águas livres é (ou era) ao longo do seu “troço” principal, “alimentado” por “troços” subsidiários, como era o caso do de São Brás “no trajecto para Lisboa reconhece-se ainda o caudal proveniente da Fonte Santa e dos Aquedutos da Rascoeira, de São Brás ou das Galegas, da Buraca e das Francesas. Estas estruturas são muito semelhantes entre si, pontuadas por respiradouros equidistantes e mais ou menos elaborados, que assumem uma função de ventilação das caleiras, e pequenos declives ou cascatas de água, que correm no interior …”. Estruturas deste aqueduto que também fazem parte integrante desta zona recuperada.

Os trogloditas de ontem e os de hoje

correspondente, 05.03.12

Estava eu aqui a “compor” mais um texto para o blogue, um texto sobre história (mais outro) e, embora a intenção não fosse recuar muito no tempo, por isso mesmo não iria falar de homens das cavernas, porém, dos de ontem, não ia falar, mas depois do que acabei de ouvir, não posso deixar de adiar o texto histórico, para registar aqui a menção aos homens das cavernas de hoje. Não serão um “fenómeno” exclusivo do Casal de São Brás, mas que os há por estes lados, lá isso há! Não sei se vivem em buracos, se andam apoiados nas quatro “patas”, se na cavidade aonde deveriam ter o cérebro, tem um pedregulho, não sei bem qual é o seu aspecto (pois não vi estes), se é o de uma besta, ou de um tipo normalíssimo, o que sei é que são uns animaizinhos, que estão fora da escala humana. E isto tudo a propósito de quê? Das pedradas que o pastor, as suas ovelhas e os seus cães, parecem ter estado sujeitos, ontem à tarde, por aqui. Raios partam esses bichos ou “coisas” que andam por aí à solta!!