Medo
Há uns anos, ao passar, eu e uma colega da escola (oriunda do Rio de Janeiro), pela cova da Moura e, perante o aparato policial de uma rusga, disse a minha colega: Isto começa a parecer o Brasil e as favelas, mais uns tempos e não têm mão nisto! E de facto, hoje em dia, o clima é de impunidade completa e consequente injustiça. Não deverá ser um exclusivo dos subúrbios de Lisboa, mas aqui fica um exemplo “levezinho” do fenómeno. Nos transportes públicos daqui da zona, um dia, uma senhora idosa que, na hora de ponta, perante a impossibilidade de entrar no transporte pela porta da frente, por este estar demasiado cheio e aproveitando as portas detrás (as de saída) estarem ainda abertas, lá entrou para a “camioneta”, o motorista fez uma “fita”, não arrancou e obrigou a senhora a ir até ao pé dele para lhe mostrar o passe e para ele lhe poder passar uma “bronca” à frente de toda a gente. Ontem, por mais de uma vez, do percurso entre o Colégio Militar e o casal de São Brás, entraram grupos de jovens sem ligar nenhuma ao motorista e aos “validadores de viagem” e, a partir daí, foi um resmungar constante e baixinho entre dentes (passe a redundância) do motorista, ao longo do resto da viagem! Pois é, a uma senhora idosa é tão fácil “bater”, não é verdade? E assim lá vamos todos sendo uns heróis de meia-tigela ou uns “pagadores passivos” das voltinhas de “borla” dos outros! Por último, gostava de poder dizer que os grupos desses jovens “anjinhos”, eram compostos apenas por jovens e pronto, mas infelizmente, azar dos azares, coincidências das coincidências, eram jovens e de cor!