Animais Nossos Amigos
Faz exactamente este mês 18 anos que me mudei da cidade para esta zona saloia.
Quando o fiz, trouxe comigo dois gatos já com alguns anos, muito especiais. Apesar de serem gatos da cidade, habituados a explorar telhados, depressa se habituaram às novidades do campo.
Desde que aqui estou, que tenho verificado que a atitude das gentes daqui, em relação a animais de companhia, tem evoluído bastante. Já lá vai o tempo (apesar de ainda se ver) em que a maioria, achava que gato não era animal que pudesse entrar em casa e que só tinha direito a comer espinhas e cão, só tinha direito a estar preso num canto qualquer com uma curta corrente, onde mal se mexia e com o dever de guardar a casa.
Por causa desta atitude, herdei logo que me mudei para aqui, cinco maravilhosos gatinhos acabados de nascer das três gatas do vizinho, gatas essas, que também passei a ser eu a alimentar, cuidar e mimar muito.
Um desses gatinhos foi o Mickey, que “partiu”, o ano passado a 27 de Agosto, deixando muitas, muitas saudades. Assim e em jeito de homenagem a este gato tão especial, vou partilhar aqui, já de seguida, com os caros leitores deste blog, a sua história.
“O Mickey
Estávamos em Abril e o dia amanheceu radiante.
Das três gatas “grávidas”, só uma é que não tinha tido ainda os seus gatinhos.
Era muito velhota e tivemos receio que não levasse a “gravidez” até ao fim.
Tinha desaparecido de véspera, de manhã cedo e só regressou, naquela manhã radiante, já o sol ia bem alto.
Deixou-nos então o seu presente e, voltou a desaparecer. Estava sem dúvidas, exausta.
Mas o seu presente compensava todos os esforços: tratava-se de um lindo gatinho, muito pequenino, todo cinzento e carequinha!
Como a mãe ficou realmente muita cansada do parto, foi amamentado pelas gatas, que também haviam tido gatinhos há poucos dias.
E foi crescendo, crescendo, assim como os pelinhos que faltavam naquela minúscula cabecinha ao nascer.
Tornou-se um gato enorme e lindo. Hoje tem dezassete anos e é uma excelente companhia.
Dá muitos beijinhos e faz muito rom-rom. Também dá algumas dentadas e arranhadelas, mas nada de grave.
“Não há bela, sem senão” e o importante é que tem valido sempre a pena…”
Por: Correspondente no Sobreiro - Mafra