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Correspondente no Casal de S. Brás

Objectivo: ”coscuvilhar” assuntos aqui da terrinha e arredores.

Correspondente no Casal de S. Brás

Objectivo: ”coscuvilhar” assuntos aqui da terrinha e arredores.

Urgências muito pouco urgentes no Amadora-Sintra

correspondente, 08.10.15

Há um ano, ao fim de 8 horas de espera, nas urgências, sem ser vista por um médico, com pulseira verde, a minha mãe, de 79 anos, desistiu de esperar, depois de receber a informação de que possivelmente ainda ia esperar mais 4 horas, as mesmas 4 horas que tinham dito que ainda faltavam, precisamente 4 horas antes, portanto iria estar por ali indeterminadamente. No dia seguinte a médica de família foi a sua casa, diagnosticou uma infecção nas duas pernas, receitou o que achou por bem receitar e, cerca de um mês depois a minha mãe, nessa altura, voltou a andar por si, sem ajuda de terceiros, como estava, uns dias antes, uns dias antes de ir às urgências e, na triagem lhe atribuírem a “fava”, a pulseira verde.

Meses depois, os noticiários, na comunicação social, relatam o caos nas urgências, nomeadamente desse hospital. A “justificação” foi um “pico” de gripe, gripe mais que natural na sua “época”.

Há cerca de um mês, na comunicação social, num “flash”, ouvi em jeito de nota de rodapé, em jeito de querer passar de “mansinho”, de que os médicos nas urgências desse hospital tinham sido reforçados, precisamente por se ter chegado à conclusão, de que até essa altura, estavam a ser insuficientes. Pelo menos, nesse “pico” morreram pessoas nas urgências, à espera, à espera de serem assistidas, segundo essas mesmas notícias, vinculadas pela comunicação social. Azar dos falecidos, azar de neste país, pelos vistos, se planear depois, depois do acontecido.

Ontem, uma vizinha, entrou nas urgências desse hospital, pelas 14 horas, ficou com a pulseira verde e, hoje pelas 9 horas da manhã, foi vista por um médico, foi vista, portanto, numas urgências de um hospital, de um hospital perto da capital, portanto numa zona de supostos beneficiados, num país da união europeia, cerca de 19 horas depois de entrar nas mesmas.

Mais palavras para quê?

Está visto que urgências, na saúde, nesta zona, não temos mesmo. Mas se não existem, por favor, parem de fingir que existem. E não se desculpem com a desculpa, passe a redundância, de que muitas pessoas recorrem às urgências sem precisar. Ninguém, no seu prefeito juízo, vai a umas urgências sem precisar. E de qualquer modo, uma resposta, numas urgências, mesmo em casos menos urgentes, de espera de cerca de 20 horas, é uma resposta a fingir que se responde.