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Correspondente no Casal de S. Brás

Objectivo: ”coscuvilhar” assuntos aqui da terrinha e arredores.

Correspondente no Casal de S. Brás

Objectivo: ”coscuvilhar” assuntos aqui da terrinha e arredores.

Sinais dos tempos

correspondente, 09.10.16

Hoje, à semelhança de ontem, não sei porquê, acordei eram cerca das 5 da manhã. Hoje, à semelhança de ontem, como entretanto já não adormeci, primeiro vou ouvindo os passarinhos e, perto das 6 e meia, hoje, tal como ontem, ouvi, não muito alto, é certo, mas bem audível, ainda naquele silêncio matinal, ouvi vozes, creio dentro de um automóvel, a falarem numa língua incompreensível para mim, talvez em dialeto crioulo. Qualquer passagem do chilrear dos passarinhos para vozes humanas, não só mas também, nessa altura do dia, fere os ouvidos, mas para crioulo, ainda é mais estranho. Até porque, com toda a certeza, eram vozes de jovens, de jovens nascidos aqui, portanto, na teoria, tão portugueses, tão portugueses como eu. Creio que não sou racista. Acho bem que oriundos de outros países e a sua descendência, apesar de estarem longe das suas origens, de certo modo, procurem preservar e transmitir essas mesmas origens. Contudo estão noutro país, se geração após geração de residentes nesse país, mantém, por exemplo, um modo próprio de falarem entre si, isso apenas prova que não existe nenhum esforço de integração ao país de acolhimento e posteriormente de nascimento.

A coisa torna-se complexa, em qualquer dos casos, se estamos a falar de uma minoria, ou já nem por isso, se já estamos a falar de uma maioria em alguns locais, pois, nestes últimos, a coisa, involuntariamente, é certo, fica com certos contornos de “invasão”. O equilíbrio, no mínimo, seria o mais desejável.

Há dias assisti a um jogo entre equipas de jovens, algumas eram equipas de “bairro”, das quais, uma delas, o DGC (Damaia Ginásio Clube) eu conheço há anos. Há cerca de 35 anos, numa equipa de futebol salão, não existia um jogador de origem africana, pelo menos de cor não existia. Nesta equipa, na actual, de futebol sete, em sete jogadores em campo, cinco tinham estas características. Não está em causa o valor nem a legitimidade dos mesmos. Apenas reflete os sinais dos tempos. Nem 8 nem 80. Um maior equilíbrio na composição desta nossa sociedade, na minha opinião, seria mais interessante, no presente e no futuro, apenas e só isso.