Meus ricos Cafés de outrora
Todos os cinquentões devem ter estes desabafos.
Mas, de facto, não tenho paciência.
Passa das duas e meia da tarde, é certo, é um dia útil da semana, mas o Café, metade dele, ainda está reservado para refeições. Resta a outra metade, por acaso, ou não, está vazia.
Ora muito bem. Vamos a isso. Sentarmo-nos um pouco. Beber qualquer coisa. Pôr a conversa em dia com um amigo de longa data que já não víamos há algum tempo.
O serviço à mesa foi rápido. Do lado das refeições o ruído não é muito. Ainda bem. Estão reunidas as devidas condições para uma profícua “converseta”.
Mas, uns minutos decorridos, uma família, não muito numerosa, constituída por três ou quatro pessoas, claro está, com a inevitável criancinha, centro de todas as atenções, ocupa a mesa atrás de nós.
Um chinfrim pegado. O Café é todo deles.
Esta gente não sabe o que é viver em sociedade. Não lhes deram educação e, portanto, também não a estão a dar.
Foi pedir a continha e, abandonar a coisa, tomada por aqueles trogloditas, rapidamente e em força!
Para agravar. Na rua, apercebemo-nos de que as nossas roupas adquiriram, naquele Café/Restaurante, um desagradável cheiro a fritos (que mesmo depois de uma primeira lavagem persiste).
Conclusão. Clientes da treta num Café não menos qualificável. Conversinhas, de futuro, em casa, com dois cafés bem tirados na máquina. Fica mais baratinho e mais “confortável”!