Quem semeia ventos colhe tempestades
Este será o último texto dedicado ao tema.
Não quero ser acusado de ser tão pouco intolerante na defesa do meu ponto de vista, tal como, de certo modo, considero, os outros, os do outro lado da barricada, Os que acham que a culpa é dos outros.
Em Março do ano passado, nos primeiros dias de confinamento, pandemia à parte, os seus perigos à parte, confesso, não ganhei para o susto inicial.
Numa manhã de Sábado vou às compras. Num supermercado, aqui em São Brás, para entrar, uma fila considerável, primeiro sinal. Depois, lá dentro, legumes, nada, fruta, nada, carne, nada, conservas, alguma coisa, álcool e papel higiénico, foi o que se viu, lixivia, nada. Bom, foi comprar o que se conseguiu, pão e pouco mais e, sair dali, bastante preocupado.
De tarde, vai-se tentar uma mercearia de bairro e, nada de filas, fruta e legumes em abundância, fiquei mais descansado.
Peixe, no congelador havia, portanto, noutro dia, foi-se ao talho, tentar abastecer-nos da carne em falta. Uma fila enorme. Pessoas a saírem, passe o exagero, com vacas e porcos inteiros nos sacos. Lá comprei alguma coisa.
Tentei compras online. Entrega para dali a um mês. Ficou encomendado, mas, a preocupação aumentou.
Com o passar dos dias, felizmente, uma certa normalidade, produtos nas prateleiras, menos filas, aconteceu e veio para ficar.
Entretanto, num destes primeiros dias, deste novo confinamento, passo em frente a esse talho, o primeiro que me tinha dado um sinal, um sinal de que haveria alguma normalidade, apesar das vacas e porcos inteiros a saírem nos sacos pela porta fora e, volto a ficar apreensivo, o talho estava fechado, na porta um aviso, o pessoal está em isolamento, reabre a X. Pelo menos, nesta altura, produto não falta, falta quem o venda.
Existem mais talhos por aqui e, felizmente, estão todos abertos. Nos supermercados, as prateleiras, felizmente, estão “compostas”. Mas, para mim, ver aquele talho, logo aquele, fechado, foi um mau presságio.
Quanto a semear ventos e depois sofrer as consequências, esta referência a um ditado popular, não tem tanto a ver com o que foi escrito anteriormente mas, mais com a medida, que sinceramente não estou a ver o que procura salvaguardar, de fecho de fronteiras, do autoconfinamento do país anunciado pelo nosso Presidente.
Aliás, pelo que se vai observando, nem precisávamos de tomar essa atitude, pois, outros países já o estão a fazer em relação a nós.
O problema é que não somos autossuficientes em coisa nenhuma e se começa a ser difícil chegar alguma coisa aqui, aí sim, se calhar, vamos ter sérios problemas.
Parece que, os nossos motoristas, já começam a sentir algumas dificuldades, em circular por essa europa fora.