Lixo borda fora
Realmente, porque é que eu me armo “ao esquisitinho”? Além de que, assim, até parece não existir mais nenhum assunto em São Brás, senão as pessoas porcas e o seu lixo. Para que é que eu ando para aqui a escrever e ficar incomodado com o saco de lixo que vêm da varanda abaixo? O saquito, depois de se “esborrachar” no passeio, apenas espalha o seu precioso conteúdo na via pública e em noites mais ventosas (como foi o caso de ontem), revela que os senhores porquinhos consomem alguma bebida de lata, pois estas, rodopiam e rodopiam a noite inteira, bem debaixo da minha janela do quarto, de tal forma que, até julgo estar a passar a noite num daqueles castelos assombrados, na Escócia ou na Irlanda, onde dizem que se ouvem fantasmas a arrastar correntes. Pois, como ia dizendo, porque é que me armo ao “comichoso”? Afinal, estas coisas fazem parte de uma economia de escala, se não existe lixo, para que servem os varredores de rua, perdão, os técnicos de limpeza? Que por sinal, pelo menos neste passeio, encontram, muito e muito trabalho! Se eu fosse daqueles de ver “tramóias” em cada esquina, até pensava que eram os próprios “técnicos” a fazer a “coisa” para justificar o seu posto de trabalho. De uma coisa eu tenho a certeza, acaba por nos faltar um pouco a paciência, quando após uma noite de “bailado” de latas, no dia seguinte, os senhores “técnicos” aparecem, munidos de umas “armas” barulhentas e se “encarniçam” numa guerra sem quartel contra este lixo, ainda bem que o fazem, mas depois da barulheira das latas, vêm a barulheira da limpeza, tudo por causa de alguém que em pleno século XXI ainda não sabe que existem contentores do lixo, ou se sabe, acaba por demonstrar que o que não sabe é viver em sociedade, está entre o estado animal selvagem e o ser humano.